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quinta-feira, abril 26, 2007

Vocações e Celibato

Estamos na semana das vocações. Fala-se muito por aí das vocações que não são aproveitadas devido ao celibato ser uma regra. Tenho lido bastante algumas opiniões e vejo que algumas pessoas acham que tal como Deus fez o homem e a mulher para se unirem, os padres não devem ser privados desse direito.

Como é sabido, o celibato nem sempre foi praticado e exigido. No entanto, o Espírito Santo tem vindo a guiar a Sua Igreja desde há muito tempo para um celibato exigido. O Vaticano é bem claro sobre este tema. Jesus Cristo veio fazer-nos uma nova proposta como sinal de total entrega e união a Deus. E só o facto de o celibato não ter sido uma imposição logo no tempo dos apóstolos, e de ter sido implementado e tornada regra para todos os padres, só mostra como Deus tem vindo a trabalhar com a Sua Igreja sem parar. O que mostra que não existem soluções rápidas para os problemas. Existem caminhos que demoram o seu tempo, mas são caminhos que nos levam cada vez mais a Deus.

São Paulo faz-nos um apelo, e dá-nos a sua opinião, sem que haja um mandamento da parte de Deus.

I Cor 7; 25 A respeito de quem é solteiro, não tenho nenhum preceito do Senhor, mas dou um conselho, como homem que, pela misericórdia do Senhor, é digno de confiança.26 Julgo, pois, que essa condição é boa, por causa das angústias presentes; sim, é bom para o homem continuar assim.

Este é o início da secção sobre o celibato. Não existe da parte de Deus mandamento. Mas São Paulo dá-nos a sua opinião. E sendo ele quem é, é bastante válida. Depois mais abaixo diz-nos:

32 Eu quisera que estivésseis livres de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor, como há-de agradar ao Senhor. 33 Mas aquele que tem esposa cuida das coisas do mundo, como há-de agradar à mulher, 34 e fica dividido. Também a mulher não casada, tal como a virgem, cuidam das coisas do Senhor, para serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo, como há-de agradar ao marido. 35 Digo-vos isto para vosso bem, não para vos armar uma cilada, mas visando o que é mais nobre e favoreça uma dedicação ao Senhor, sem partilha.

Ou seja, começando pelo final, o celibato é um acto nobre e favorece uma dedicação total a Deus. E a recomendação é bem explícita. Os que são solteiros cuidam das coisas do Senhor. E os casados cuidam das coisas do mundo. Acho que é uma das recomendações mais fortes que podemos encontrar na Bíblia.

Existem outras recomendações que levam a Igreja Católica a confirmar a preferência de Deus sobre o celibato, e a confirmar que nem todos estão aptos para assumir tal cargo. Diz-nos Jesus:

12 Há eunucos que nasceram assim do seio materno, há os que se tornaram eunucos pela interferência dos homens e há aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos, por amor do Reino do Céu. Quem puder compreender, compreenda.

É bem explícita esta afirmação de Jesus aos fariseus. De que o celibato é recomendável para total dedicação ao reino de Deus.

Ninguém pode negar que um padre celibatário tem muito mais tempo e uma total disponibilidade para se dedicar a Deus, ao inverso de um padre que seja casado. Pois os deveres conjugais também são muito importantes. E tantas vezes que são altas horas da noite, e os padres ainda não estão a descansar para estarem a trabalhar para a sua paróquia. E depois como é que conseguem dar toda a atenção necessária para com a família? E quando os pais são mandados para outros sítios? Com uma família instalada é muito mais problemático. A vida do sacerdote vai-se virando mais para a família. Porque naturalmente são os que estão mais próximos dele. E o objectivo de ser sacerdote é dedicar toda a vida a Deus. E quando se diz toda, é mesmo toda. Deixar pai, mãe, filhos, esposa, tudo, pelo reino de Deus. Sem falar depois no problema dos divórcios que daí surgiriam.

Não acho que seja válida a objecção dizendo que o celibato impede a adesão de mais padres à Igreja. Eu acho, e tal como é confirmado pela bíblia, nem todos foram talhados para tal cargo. O homem continua a pensar naquilo que ele quer, e não naquilo que Deus quer. Naquilo que Deus prefere para nós. Naquilo que mais agrada a Deus. E é por isso que não é o celibato que impede a vinda de sacerdotes para a Igreja. O celibato é um grande trunfo que a Igreja tem. É um trunfo que possibilita aos padres crescerem cada vez mais como pessoas de Deus, ao renunciarem a algo que é tão difícil.

E Cristo faz esta promessa a quem se dedica totalmente a Ele.

MT 19; 29 "E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna."

Ficam dadas as preferências da parte de Deus para os Seus filhos. Preferências essas que demonstram que o Espírito Santo continuará a trabalhar e a aconselhar a Sua Igreja através dos tempos. Penso que é hora de ouvirmos mais o sopro do Espírito que nos bate à porta, e deixarmos de ser nós a dizer o que é bom. Deixem que Deus nos guie, e nos indique o caminho para a santidade. Confiem na Igreja. Confiem em Deus.

Para uma explicação mais abrangente da parte do Vaticano, é favor consultar este link

2 comentários:

Cátia disse...

Olá
Está a nascer uma comunidade na blogosfera, com o objectivo da partilha da fé, de amor... Um lugar livre, onde as diferenças são aceites e onde todos queremos crescer, caminhar para Deus.

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