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Hoje o Evangelho Lc 3, 10-18 falou-nos de uma maneira muito directa. A sua leitura foi explícita, ela mostra-nos como é tempo de deixarmos de ser egoístas. É tempo de deixarmos de pôr de parte apenas aquilo que já não nos serve. Quantos de nós não pensamos muitas vezes que não podemos dar porque mal chega para nós. A verdade é que há quem não tenha nada. Há quem não possa dar nada porque nada tem. E nós muitas vezes não ficamos saciados com o pouco que temos. Achamos sempre que é pouco e queremos juntar mais e mais, como se isso valesse de muito.

S. João Baptista diz-nos: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo.”

Ora este apelo que S. João Baptista fez à multidão, não é nada mais nada menos que um apelo que serve para toda a nossa vida. E pensem lá se não é mais agradável vermos uma pessoa a sorrir devido a um gesto de caridade, e se não é triste vermos as pessoas com actos de egoísmo, cada uma por si, a não quererem partilhar um pouco das suas posses.

Mais abaixo nova pergunta feita pelos Publicanos. Respondeu-lhes novamente S. João Baptista: “Não exijais mais do que vos foi ordenado.”

Em seguida, após outra pergunta, agora pelos soldados, respondeu-lhe S. João: “Não pratiqueis violência, nem defraudeis ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo.”

Temos aqui uma grande chamada de atenção. Uma especial atenção à corrupção. E a corrupção envolve não só políticos, juízes, policias etc, como também a nós, que, como dizia o Celebrante da Eucaristia, nos deixamos corromper facilmente, a começar com os nossos estudos, trabalho, etc. Devemos ser sempre honestos nas nossas acções e não tirar para nós, mais daquilo que nos é devido. Se nos estão a pagar pouco, então, ou mudamos de emprego, ou trabalhamos mais, ou temos de nos contentar com o que temos. Se a nossa vida nos corre mal, não devemos “passar por cima dos outros” para daí obtermos maiores lucros.

Da Missa de hoje, ficou um apelo forte do Sacerdote a nós todos, para que nos desinstalemos das nossas comodidades. Para que saiamos ao encontro do outro e vejamos o que é que é preciso fazer. É preciso que não esperemos que venham ter connosco, é preciso irmos ao encontro de quem precisa. Só aí é que o espírito Cristão se manifesta e se mostra ao Mundo como sendo verdadeira mente, irmão de Jesus Cristo.

Era bom que fizéssemos um compromisso sério, para que não esperemos que alguém venha ter connosco. Muitas vezes essas pessoas são “corridas” porque não temos sequer tempo para lhes dar. E cada vez que fazemos isso, estamos a negar um pouco de tempo para Deus. E com isso vamo-nos afastando cada vez mais daquilo que Deus tanto nos pede que é a :

CARIDADE!

Um Natal Santo para todos. Tragam esse Natal nos vossos corações e dêem-no aos outros. Esse Natal que é Cristo Jesus que nasce para nós todos os anos, para que nós possamos renascer mais uma vez com Ele, para que possamos estar sempre e lado-a-lado, sem nunca O perdermos de vista.